A luz ( que se julgava branca...) apagou-se.
Talvez se reacenda... um dia.
Talvez com outro cromático ... talvez ...
...talvez aqui ... ou não
segunda-feira, abril 28, 2008
sábado, abril 26, 2008
Paciência
Faz-se o amor como se fosse um castelo
de cartas. Copas, paus, ouros, espadas. Um equilíbrio
difícil. Negros sobre vermelhos, damas e valetes
no meio de reis e ases. Ponho uma carta
sobre a carta que tu puseste; e tu acrescentas
a essa ainda outra. Até onde? Neste jogo, não
convém respirar com muita força; evitemos
os gestos bruscos, os que deitam tudo abaixo,
de súbito; e espreitemos o olhar de cada um de nós,
quando nos prepararmos para fazer subir o castelo.
Assim, ponho a minha emoção sobre o sentimento
que me confessas. Não precisas de mo dizer;
basta que eu saiba que os teus dedos brincam
entre corações e manilhas; que a tua voz treme
quando o edifício se parece com um labirinto;
e que ambos descobrimos uma saída, para um
lado ou outro
da toalha. Na mesa, com efeito, podem já
nascer as flores, cantar as aves que brotam
de uma ilusão de primavera, ou morrerem frases
e borboletas que esvoaçam numa corrente de ar.
Por que abriste a janela? Agora que tudo caiu,
sem que um nem o outro tivéssemos feito alguma coisa
para isso, de quem é a culpa? Então,
aproveitemos este silêncio breve, enquanto a tarde
não chega, e recomecemos o jogo.
Nuno Júdice
Ódio?
Ódio por ele? Não... Se o amei tanto,
Se tanto bem lhe quis no meu passado,
Se o encontrei depois de o ter sonhado,
Se à vida assim roubei todo o encanto...
Que importa se mentiu? E se hoje o pranto
Turva o meu triste olhar, marmorizado,
Olhar de monja, trágico, gelado
Como um soturno e enorme Campo Santo!
Ah! Nunca mais amá-lo é já bastante!
Quero senti-lo doutra, bem distante,
Como se fora meu, calma e serena!
Ódio seria em mim saudade infinda,
Mágoa de o ter perdido, amor ainda.
Ódio por ele? Não... não vale a pena.
Florbela Espanca, In "Sonetos"
Ódio por ele? Não... Se o amei tanto,
Se tanto bem lhe quis no meu passado,
Se o encontrei depois de o ter sonhado,
Se à vida assim roubei todo o encanto...
Que importa se mentiu? E se hoje o pranto
Turva o meu triste olhar, marmorizado,
Olhar de monja, trágico, gelado
Como um soturno e enorme Campo Santo!
Ah! Nunca mais amá-lo é já bastante!
Quero senti-lo doutra, bem distante,
Como se fora meu, calma e serena!
Ódio seria em mim saudade infinda,
Mágoa de o ter perdido, amor ainda.
Ódio por ele? Não... não vale a pena.
Florbela Espanca, In "Sonetos"
Custa tanto virar certas páginas ...
Mas, é devido!
Iniciar novo capítulo...
Descobrir novos personagens.
Reavaliar personagens conhecidos.
Ver a história evoluir, engrandecer-se ...
foto roubada aqui
Mas, é devido!
Iniciar novo capítulo...
Descobrir novos personagens.
Reavaliar personagens conhecidos.
Ver a história evoluir, engrandecer-se ...
foto roubada aqui
sexta-feira, abril 25, 2008
segunda-feira, abril 14, 2008
Há Mundos quase paralelos
Viajar com certeza de um não-destino não deixa de ser viagem. Há viagens tão interessantes e valiosas que mesmo ignorando se e onde aportarão já valeram e vão valendo porque o são.
Luzinhas em dia de festa*,
de festinha
(não são de festinhas, as luzes)
foto de 12 de Abril
* convívio de obrigação aparente - connosco não com os outros - imposição experimental absolutamente desnecessária, quase fútil... daqueles dias ... enfim... lembrei-me de Nietzsche ... sim, também da presunçosa (também sou presunçosa q.b.) expressão que está ali ao lado, mas de uma outra : cada vez mais se me torna insuportável deixar que me roubem a minha solidão sem em troca me oferecerem verdadeira companhia. Não fosse a sangria ...
sexta-feira, abril 11, 2008
Tempo
Quase a completar 38 ...
... os 40 aproximam-se alucinantemente...
... em excesso de velocidade. Estou certa.
Rápido demais, para mim ...
Sou incapaz de acompanhar o tempo.
Ando atrasada.
Vai passando, vai-se esgotando e,
eu ... sinto-o fugir-me ...
a ir-se para não mais voltar.
Sendo e estando, porque sim.
Esperando ...
Esperando ...
... por um tempo construtor,
por um tempo apaziguador,
por melhores tempos,
porque eles virão.
quinta-feira, abril 03, 2008
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