quarta-feira, janeiro 31, 2007




Fiama Hasse Pais Brandão

"Soubemos a partir de um dia que dela só tínhamos - e é tanto! - as palavras que nos deixou nos seus livros e que, por serem as que nos deu, serão para sempre nossas."
José Manuel dos Santos in revista Actual - Expresso


Nada tão silencioso como o tempo
no interior do corpo. Porque ele passa
com um rumor nas pedras que nos cobrem,
e pelo sonoro desalinho de algumas árvores
que são os nossos cabelos imaginários.
(...)
Mas não sentimos dentro do coração que somos
filhos dilectos do tempo e que, se hoje amamos,
foi depois de termos amado ontem.
O tempo é silencioso e enigmático,
imerso no denso calor do ventre.
Guardado no silêncio mais espesso,

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