sexta-feira, janeiro 12, 2007

Pelo "SIM" no referendo sobre a Despenalização da IVG


-"A vitória do "SIM" e a consequente aprovação de uma lei de despenalização não obrigará ninguém a abortar e, longe de violentar as convicções de quem for, apenas acabará com a violência de ser uma lei do Estado a impôr às mulheres as convicções éticas, morais ou religiosas de alguns"
-" O "SIM" no próximo referendo é condição essencial para a vitória que a liberdade, a soberania de decisão e a dignidade das mulheres portuguesas exigem..."
-"... é necessário manter uma elevada serenidade perante a pulsão de certas personalidades, forças e movimentos defensores do "NÃO" para o terrorismo verbal e a violenta agressão ideológica dirigidas contra os seus opositores, na base de conceitos, palavras e slogans de chocante primarismo (...) que conscientemente apelam ao que de pior pode haver em cada ser humano e que se estribam em enormes falsidades e trafulhices."
Vitor Dias in Público, 12/01/2007
- e o argumento mais mesquinho desta campanha: "os nossos impostos" vão finaciar "clínicas de abortos"....
- as questões económicas são uma desvirtuação completa dos debates. O recurso ao aborto químico pode ser feito em regime ambulatório, não necessitando nem de cirurgias nem de internamento hospitalar, o que representa menos custos e despesas. Não esqueçamos que já há custos quando são tratadas as mulheres que recorrem aos hospitais públicos na sequência de abortos realizados em más condições e que "correm mal" e custos, ainda, no tratamento de crianças vítimas de maus tratos, porque muito provavelmente não são amadas nem acarinhadas porque nunca foram desejadas e, custos humanos inestimáveis quando crianças acabam por morrer vítimas de maus tratos. Não me digam que foram desejadas. Não me digam se aquelas mães não prefeririam ( ou deveriam) ter, atempadamente, abortado.
- Os movimentos contra a despenalização vieram a público dizer que as mulheres que interrompem a gravidez sofrem de " síndrome pós-aborto". A psiquiatra Ana Matos Pires criticou estas afirmações e salientou: " Não existe nenhuma síndrome pós-aborto, em nenhuma das classificações da Organização Mundial de Saúde ou da Associação Americana de Psiquiatria. pelo contrário, as perturbações pós-parto estão nestas classificações."*
- Segundo Marta Crawford: " Um aborto é um acontecimento que pode determinar sofrimento psicológico, é verdade. Mas não minto se afirmar que também é um alívio para muitas mulheres."*
- há por parte dos movimentos pelo "NÃO" uma clara intenção manipulativa abusiva, assente muitas vezes em falsidades e aliada a um moralismo hipócrita.
* in Público, 12/01/2007
ver mais aqui

Sem comentários: