domingo, janeiro 07, 2007

Estudo: Norte da Europa beneficiará com aquecimento global


"O aquecimento global pode beneficiar o norte da Europa, mas o mesmo não acontecerá com os países mediterrânicos, que sofrerão com a escassez de água e uma forte quebra do turismo por volta de meados deste século.

Estas são as previsões do estudo mais completo realizado até agora a respeito dos efeitos das alterações climáticas sobre o continente europeu, que será submetido à aprovação da Comissão Europeia na próxima semana.
Em consequência do «efeito estufa», menos pessoas do norte da Europa morrerão de frio do que actualmente, e a costa do Mar do Norte pode transformar-se numa nova «Riviera», afirma o relatório, publicado hoje pelo Financial Times.
Também acabariam as migrações anuais dos ricos europeus do norte em direcção ao sul, o que teria, por sua vez, consequências dramáticas para países que são destinos turísticos, como Portugal, Espanha, Grécia e Itália.
Um sexto dos turistas do mundo - 100 milhões de pessoas por ano - viaja habitualmente para o sul nas férias.
«Quanto mais turistas ficarem em casa ou escolherem outros destinos, maior será o impacto distributivo sobre a Europa», afirma o documento a que o jornal britânico teve acesso.
Enquanto no norte menos pessoas morrerão de frio, ocorrerá o contrário no sul, onde dezenas de milhares de pessoas não resistirão aos efeitos do calor. Além disso, a desertificação e a ocorrência de incêndios aumentarão.
Se o aumento das temperaturas for de 3%, o número anual de mortes decorrentes do calor crescerá em 87 mil até 2071, segundo os cálculos dos especialistas.
Caso os esforços para reduzir as emissões dos gases com efeito estufa consigam limitar o aumento das temperaturas a 2,2%, a alta no número de mortos seria de 36 mil por ano.
No pior dos casos, o nível do mar pode aumentar em até um metro, o que obrigaria a construção de barreiras, diz o estudo, segundo o qual este tipo de medida pode contribuir para poupar dois terços dos custos desse fenómeno.
De acordo com o cenário mais optimista - um aumento de apenas 2,2% das temperaturas - o custo total seria de 4,4 mil milhões de euros até 2020, em comparação com os 5,9 mil milhões de euros no caso mais extremo, que elevaria o custo a 42,5 mil milhões de euros até 2080. "

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